segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A montanha encantada

Surf em Garopaba na infância; skate na Swell na adolescência; e uma admiração por esportes de prancha sempre presente. Até que surgiu a oportunidade de conhecer o snowboard. Desde o primeiro minuto em que fiquei sabendo da viagem até a mesma se tornar realidade, a fissura foi tanta que chegou a tirar o sono.

Em setembro de 2009 embarquei para Santiago do Chile, onde iria conhecer as delícias locais. Mas a grande expectativa era para o que estava por vir 2 dias depois. Peguei o trem na Estação Central e a viagem com paisagem belíssima durou 4,5 horas.

Chegando em Chillán, o transfer da cidade até o vilarejo de Las Trancas e Termas de Chillán demoraria pouco mais de 1 hora e a expectativa só aumentava para ver a neve. Eu já havia tido contato com a neve em outras duas oportunidades, mas nenhuma com o olhar daquele momento.

Para aumentar ainda mais a expectativa, haviam poucos sinais de neve. O clima estava úmido, o tempo fechado e frio. Naquela tarde de reconhecimento, a chuva começou a cair e assim foi toda a noite, mas nada de neve.

Na manhã seguinte, ainda nada de neve, vivi momentos de tensão sem saber se poderia esquiar com a neve dura, como todos diziam... Porém, para a minha primeira experiência com snowboard, a sorte estava do meu lado. Justo quando estava me preparando para sair do hotel começou a nevar... e nevar muito!

Fiz 1 hora aula de snowboard para pegar os macetes do esporte e já embarquei no teleférico para uma pista mais acima na montanha.

A cada drop eu me emocionava mais. Praticar um esporte de ação naquela atmosfera era algo que eu não sabia se aconteceria alguma vez na minha vida. O branco da neve, a natureza em sua forma mais preservada, o silêncio quebrado apenas pelos barulhos de esquis e pranchas de snow quebrando o gelo, era tudo tão perfeito.

Com muita empolgação e coragem fui subindo para pistas mais avançadas e nos 3 dias e meio de prática consegui descer a mais extensa pista de esqui na América do Sul, a Três Marias. Consegui fugir um pouco das pistas demarcadas e fazer o chamado snow fora de pista, pegando bastante neve crua e fofa e sentindo a sensação de deslizar em uma espuma de neve.

Além da prática do snowboard, em Termas de Chillán vivenciei momentos inesquecíveis, como o vulcão cuspindo fumaça, paisagens lindas a 2.600 metros de altitude, pessoas educadas, uma equipe de instrutores, guias e vigilantes da montanha sempre dispostos a ajudar.

Com certeza essa injeção de snowboard é viciante e o resultado é um planejamento anual para conhecer outras estações de esqui.

Espero um dia poder voltar para a Montanha Encantada de Chillan!

Todas as pessoas deveriam ter o direito de poder vivenciar o que eu vivenciei. É inesquecível!

texto de Gustavo Tesch

Um comentário:

beto valle disse...

Belo texto, Gustavo !
Muito amor à neve e ao snowboard, tudo a ver contigo, brother.

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